segunda-feira, 28 de março de 2011

Mesmo com prisões, bandidos continuam

Cinco homens foram presos e outros dois mortos em uma operação realizada na quinta-feira passada. O grupo é acusado de integrar uma quadrilha que vem atacando bancos no Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba durante os últimos meses. Antes disso, a polícia do RN já havia prendido outras pessoas, assim como a paraibana e a cearense. As prisões têm ocorrido, mas os crimes não param de acontecer. Para a polícia, são grupos diferentes que ora se unem, ora acionam novos criminosos.
A quadrilha presa na região Oeste do Rio Grande do Norte, na operação de quinta-feira passada, 24, é composta por criminosos do Rio Grande do Norte e do Ceará, o que reforça a tese defendida pelo subsecretário da Segurança Pública e da Defesa Social do RN, Silva Júnior, de que os criminosos se unem e se separam de acordo com suas conveniências. "Não existe uma organização que comanda tudo. O que existe são grupos que se encontram quando vão praticar um crime e depois se separam. Quando o crime é no Ceará, os bandidos daqui vão, participam e depois voltam para casa", explicou.
Tal conclusão surgiu a partir de uma investigação feita por policiais federais do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, que têm feito um trabalho conjunto acerca dos ataques que vêm sendo praticados contra agências bancárias de todo o Nordeste. "Eles agem em diversos estados diferentes. São pessoas que às vezes nem se conhecem e só se encontram na hora do assalto", destacou o subsecretário, lembrando que esse intercâmbio entre bandidos de locais diferentes dificulta ainda mais o rastreamento desses grupos, já que eles não têm uma região fixa para agir e serem monitorados facilmente.
Pouco antes dessa operação realizada na quinta-feira passada, a polícia do RN já havia obtido bons resultados na "guerra" contra os assaltantes de banco, que vêm desafiando as autoridades em vários estados do Nordeste nos últimos anos. O comandante-geral da Polícia Militar do RN, coronel Francisco Araújo Silva, lembrou que aproximadamente 5 toneladas de explosivos já tinham sido apreendidas nas cidades de Lajes e Carnaubais. "Possivelmente, parte desses explosivos seria direcionada para esses grupos e nós conseguimos evitar que isso acontecesse com a apreensão", lembrou Araújo.
Entretanto, após essa apreensão e a prisão de algumas pessoas, novos ataques a bancos foram registrados no Rio Grande do Norte. No início da semana passada, por exemplo, foram dois ataques praticamente simultâneos em cidades do RN. O primeiro foi em um posto de combustível da capital, de onde os bandidos conseguiram fugir levando pelo menos o dinheiro de um caixa eletrônico - havia três - e o segundo foi no Banco do Brasil de Umarizal. Nesse segundo caso, os bandidos não tiveram êxito. Eles chegaram a usar explosivos para invadir a agência, mas não conseguiram entrar.