terça-feira, 17 de maio de 2011

Desempregado mata o pai e forja assalto

FOTO:  MARCELO BENTO

O simples fato do pai negar um pedido do filho terminou de forma trágica na zona rural de Mossoró. O filho, que tem 34 anos, matou o pai, de 71, com várias pauladas simplesmente porque pediu uma motocicleta e o pai se recusou a satisfazer seu desejo - o detalhe é que essa seria a terceira moto. Ele confessa o assassinato, admite que planejou um dia antes e ainda tentou enganar a polícia forjando um assalto. Além desse caso, Mossoró foi palco de outros três crimes de homicídio no final de semana.
José Júnior Alves de Souza morava com os pais e alguns irmãos em uma casa na zona rural de Mossoró, na localidade de Melancias, zona leste. O crime ocorreu na manhã de sábado passado, 14, quando ele foi para o campo com o pai, o agricultor Lauro Luiz de Souza, que tinha 72 anos. Depois de alguns minutos, Júnior voltou para casa dizendo que havia sido abordado por três homens encapuzados, armados com pedaços de pau. Segundo a versão inicial dele, os homens teriam avisado que Lauro Luiz seria assassinado e o mandaram correr. A história não convenceu a família e nem a polícia.
Segundo o delegado Renato Batista da Costa, que responde pela Primeira Delegacia de Polícia Civil (I DPC), os policiais foram ao local do crime durante a manhã de ontem e após conversar com Júnior perceberam que seu depoimento tinha várias contradições. "Ele se perdeu em alguns momentos e nós começamos a desconfiar daquela história. Foi então que ele resolveu confessar que matou o pai e tentou forjar um crime de latrocínio - quando alguém é morto por assaltantes", explica Renato Batista, que ainda ontem tentava conseguir o mandado de prisão preventiva contra o suspeito.
Para tentar despistar a polícia, Júnior retirou o relógio do pai e cerca de R$ 190,00. Após ser pressionado, o suspeito voltou atrás e confessou ontem pela manhã o crime. Ele levou os policiais ao local onde havia escondido o dinheiro e o pedaço de pau que usou para matar o pai. A vítima sofreu várias pauladas, a maior parte delas na região da cabeça. O próprio Júnior ajudou os irmãos a socorrer o pai, que foi levado para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas a vítima não resistiu e morreu uma hora depois. Até ontem, Júnior continuava em casa com a família, como se nada tivesse ocorrido.
Até o encerr a polícia ainda não tinha uma definição quanto à situação do suspeito. Ele foi detido sem ordem judicial apenas para prestar depoimento do crime. Após ter confessado, os policiais passaram a juntar provas para tentar conseguir, ainda ontem, o mandado de prisão preventiva contra o assassino confesso. "Mantê-lo preso é até uma questão de segurança. A gente teme que ele volte para casa e alguém tente se vingar", esclarece Renato Batista. Caso o pedido de prisão não fosse acatado, o suspeito seria solto ainda ontem para aguardar as investigações.