terça-feira, 27 de setembro de 2011

Bancários da Caixa e BB param atividades a partir desta terça


Os bancários de Mossoró e cidades da região decidiram ontem à noite, em assembleia, aderir ao movimento grevista nacional iniciado nesta terça-feira, em resposta à negativa da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em atender às reivindicações da categoria. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Mossoró, Anchieta Medeiros, de início apenas os servidores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF) aderiram ao movimento na cidade. São cerca de 120 profissionais. Quem for às agências nesta terça-feira só poderá contar com o autoatendimento nos caixas eletrônicos.
Representante das instituições financeiras nas negociações salariais com os bancários, a Fenaban divulgou ontem uma nota em que classifica de "fora de propósito" a greve. A Federação destaca sua última proposta, de reajuste de 8% (0,56% de aumento real), e afirma que ela contempla o oitavo ano consecutivo de correção de salário com aumento acima da inflação. O valor, no entanto, frustrou os bancários, que querem ao menos 12,8% de aumento total. Os sindicatos devem confirmar ainda hoje, em assembleias, a greve por tempo indeterminado.
As partes se reuniram na última sexta-feira para discutir uma nova proposta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), feita por meio de seu braço sindical, a Fenaban. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), no entanto, rejeitou o reajuste de 8% oferecido. As instituições financeiras afirmam que o pedido de 12,8% é "inviável" e alegam que o acordo fechado em 2010, somado ao que foi proposto neste ano, representa acréscimo de 25% nos pisos da categoria (tanto para caixa quanto para escriturário) e de 16% nos vencimentos. "Estamos falando de números muito significativos", disse o diretor de relações do trabalho da Febraban, Magnus Apostólico.
De acordo com ele, os sindicatos marcaram a greve precipitadamente em meio às negociações. "Na última sexta-feira pedimos a eles que marcassem outra reunião e eles resolveram ir para a greve. A negociação está completamente aberta", afirmou. Apostólico acredita que a paralisação foi premeditada. "Parece que o objetivo é greve e não negociação. Nem contraproposta foi apresentada”, explicou.