terça-feira, 30 de outubro de 2012

Luís Gomes completa um ano sem água nas torneiras


Falta_de_agua_Luis_Gomes
Ontem, 29 de outubro, a cidade de Luís Gomes completou um ano sem água nas torneiras.
O colapso no sistema de abastecimento teve início em outubro de 2011, quando secou o açude Dona Lulu Pinto, principal manancial do município, deixando a população à mercê de carros-pipa, num cenário de caos mantido por vários meses.
Para minimizar os efeitos do desabastecimento, uma ação que envolve os governos federal, estadual e municipal disponibiliza cerca de 300 mil litros de água tratada por dia para atender à demanda da cidade.
Esse contingente recebe o reforço de carros particulares que atendem as residências por um preço médio de R$ 20,00, para abastecer uma caixa d'água com capacidade para mil litros.

A água é transportada em caminhões-pipa que viajam mais de 100km no período diurno e noturno, alimentando os pontos de apoio que suprem as necessidades básicas de aproximadamente 2 mil lares.
Atualmente, as cisternas comunitárias espalhadas pela cidade mantêm abastecimento regular, o que reduziu as filas que antes geravam confusões entre os moradores da cidade oestana.
Segundo moradores do município serrano, passado o momento mais crítico, moradores das zonas urbana e rural convivem e se adaptam naturalmente a um dos mais longos períodos de estiagem que atinge a região.

Adaptação

Ser breve ao tomar um banho e reutilizar o mesmo líquido no vaso sanitário são apenas duas das várias formas de economizar que o povo serrano aprendeu nos últimos 365 dias e são também uma prova de que o homem é um produto do meio em que vive.
O crescente agravamento da falta de água em Luís Gomes não só mostrou que o homem pode se adequar ao meio em que vive como levou as pessoas a estabelecerem normas próprias para economizar e mudar seus hábitos com relação ao consumo racional da água.
O costume de lavar carros e calçadas, deixar caixas transbordando por toda a noite e o desperdício de água de uma forma geral, práticas comuns nos tempos de abundância, já não são mais vistos nos dias atuais.