A idéia do
cactário surgiu em 2010 quando o diretor Marcos Oliveira sugeriu a criação de
algo permanente na área à frente do Câmpus, após a desmontagem do presépio
natalino feito pelo professor Nilton Xavier. A parte estrutural está sendo
finalizada. Com a intervenção do artista local Claudio Sena em algumas pedras,
fica faltando apenas a fixação dos bancos com mosaicos representando a fauna
local. Não foi iniciado ainda o inventário florístico que catalogará as coleções
de plantas, mas Nilton Xavier assegura que já existem mais de sessenta espécies
entre plantas de pequeno, médio e grande porte.
Claudio José Alves de Sena, natural de
Soledade, município de Apodi/RN, nasceu em 06/02/1977, porém, pela certidão de
batismo veio ao mundo oficialmente em 25/12/1977. Morou por seis anos no Sítio
Lagoa do Clementino, conhecido também como “Poço do Isauro” e regressou
definitivamente após esse breve período a Soledade.
Seu contato com as pinturas rupestres do Lajedo
de Soledade ocorreu ainda criança quando admirava os “letreiros” e ouvia os mais
velhos falarem que eram pinturas feitas pelos “índios” há 300 anos. Em 1991,
geólogos auxiliados por um projeto financiado pela PETROBRÁS, entre os quais,
Eduardo Bagnoli, começaram a visitar a área do Lajedo e isso despertou no menino
Claudio o interesse em conhecer mais sobre a região. Desconhecia as ações
anteriores do pároco de Apodi Pe. Pedro Neefs e de Maria Auxiliadora (Dodora),
advogada apodiense, ambos defensores iniciais da preservação dos “antigos
letreiros do Lajedo”, no passado, invariavelmente ameaçados pela extração da cal
e pelo desconhecimento popular.
Lembra que à época foram realizadas palestras
para a comunidade de Soledade explicando sobre os benefícios posteriores
consequentes da salvaguarda daquele conjunto ímpar de testemunhos culturais e
naturais do Neolítico. Uma das primeiras iniciativas do projeto foi a seleção e
capacitação de “guias-mirins” e a construção de um museu para exposição de
artefatos arqueológicos recolhidos nas áreas delimitadas pela maior concentração
de vestígios humanos. De um grupo inicial formado por 30 a 40 meninos,
continuaram apenas 11, Claudio seria um deles e logo começou a atuar com
guia pelo Lajedo, atividade que desenvolve ainda hoje juntamente com a
produção artesanal.
Fonte:JoseniasFreitas.