sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Operação Sinal Fechado".Investigação envolve ex-governadores

As investigações da "Operação Sinal Fechado" também envolveram o ex-deputado federal e ex-senador João Faustino (PSDB) e os ex-governadores Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira de Souza (PSB).
O tucano teve prisão temporária de cinco dias decretada pela Justiça. Seus advogados tentaram revertê-la em prisão domiciliar. Faustino está acomodado no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Natal. Ele é apontado por atuar como lobista em "negociatas" e receber R$ 10 mil mensais de George Olímpio.
Ao se pronunciar sobre a prisão, João Faustino disse ser vítima de um grande equívoco e ainda ironizou o Ministério Público. "Não sei que 'Operação Sinal Fechado' é esta. Eu não passo em sinal fechado, só passo em sinal aberto. Sou um cidadão da terceira idade, tenho 70 anos, tenho cardiopatia grave, fui submetido a várias cirurgias. Tudo isso é levado em consideração no momento em que se concede um habeas corpus", frisou.
O ex-governador Iberê Ferreira é acusado de receber R$ 1 milhão em propina da quadrilha e é uma das 25 pessoas que tiveram bens bloqueados no esquema.
Em nota, o pessebista afirma que quando assumiu o governo a licitação para a inspeção veicular já estava em vigência e ele fez apenas homologar a concorrência e assinar o contrato. "Não tive qualquer participação ou ingerência no processo licitatório para a contratação do serviço de inspeção veicular. A contratação do serviço pelo meu governo se deu depois da conclusão da concorrência pública e obedeceu à Lei Estadual 9.270/2009 e à Resolução 418/2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que obriga os estados realizarem inspeção ambiental veicular, dando inclusive um prazo de 18 meses para que eles se adequem", explicou o ex-governador que classificou a operação como uma tentativa de macular a própria imagem dele.
Citada pelo Ministério Público como a gestora na época da assinatura dos contratos, Wilma de Faria não se pronunciou sobre o caso. O filho dela, o suplente de deputado estadual Lauro Maia, é acusado de fazer pagamentos aos envolvidos no esquema e de ter recebido R$ 2 milhões de Edson Cesar da Silva, o "Mou", representante da Inspetrans.

Consultor afirma que governo evitou o pior.

O consultor-geral do Estado José Marcelo afirmou que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) evitou um grande prejuízo para os potiguares quando cancelou o contrato com o Consórcio Inspar no começo do ano. "Já imaginou a quantidade de pessoas que teriam pago por isso em 11 meses? Teríamos que ressarcir a todas elas do mais simples ao mais rico", explicou.
De acordo com José Marcelo, o Governo do Estado limitou-se a examinar a validade do contrato e da licitação e ao constatar as irregularidades cancelou o acordo com o Consórcio Inspar e enviou as informações ao Ministério Público. O consultor-geral disse não saber informar se esses documentos influenciaram na "Operação Sinal Fechado". "Se serviu de auxílio ou não, não sei dizer. É difícil dizer se houve influência", explicou.
Apesar dos acontecimentos o Governo do Estado aplicará a inspeção veicular, mas antes o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema) fará um estudo que terá o nome de Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV). "Será um estudo que espelhará a realidade do Rio Grande do Norte e não terá injustiças contra a população",destacou.

Fonte:Jornal O mossoroense.