sábado, 26 de novembro de 2011

Secretário de Agricultura de Apodi denuncia que, por pressão de deputados do RN, Dilma não vai mais autorizar início de obras de irrigação

Uma caravana com cerca de 100 produtores rurais do Vale do Apodi se preparava para ir a São Gonçalo do Amarante na próxima segunda-feira, em clima de festa.

Os trabalhadores rurais iam agradecer à presidente Dilma Rousseff pela autorização do início das obras do projeto de irrigação da Chapada do Apodi.

A assinatura foi anunciada pelo deputado Henrique Alves, no dia que almoçou com Dilma e lhe fez o convite – aceito – para vir ao Rio Grande do Norte autorizar o reinício das obras do aeroporto.

Mas, eis que uma tromba d’água caiu sobre a cabeça dos agricultores, que apreciam a barragem de Santa Cruz, em Apodi, cheia, sem irrigar um metro sequer da agricultura na região.

Através de uma ligação do DNOCS, eles foram informados que a presidente Dilma não vai mais autorizar, durante visita a São Gonçalo, o início das obras de irrigação.

Chateado com a decisão presidencial, o secretário de Agricultura de Apodi, Elton Rosemberg, entrou em contato com o Blog para protestar.

“Foi pressão dos deputados Fátima Bezerra (PT) e Mineiro (PT), que disseram que não era o momento. Eu acho é que eles não estão de acordo com o projeto. Engraçado que no governo de Iberê, Fátima assinou emenda coletiva destinando dinheiro para o projeto de irrigação da Chapada”, questionou o secretário.

Perguntei a ele quem foi que informou que a decisão do Planalto, de não mais autorizar o início das obras, tinha tido por interferência dos deputados do PT do Rio Grande do Norte.

“Foi o pessoal do DNOCS. Eles disseram que Fátima e Mineiro tinham dito que não era o momento, que poderia ter protesto”, disse o secretário, afirmando que a caravana de 100 pessoas que ia a São Gonçalo agradecer, agora vai para protestar.

“Através de faixas e cartazes”, disse o secretário, ciente de que não terá nenhum contato com a presidente.

A implantação do projeto de irrigação da Chapada do Apodi vai beneficiar – se for executada – em sua primeira etapa, 5.200 hectares de plantio, e custará aos cofres do governo federal, através do PAC, 280 milhões de reais, gerando mais de 15 mil empregos diretos.

“Muito dinheiro já foi gasto, o projeto já tem licença do Idema e do Ibama, mas os 600 metros cúbicos de água da barragem estão lá, só servem para perenizar o rio e não irrigam nada. Não sai uma gota de água para irrigar”, reclamou o secretário de Agricultura de Apodi, Elton Rosemberg.
Fonte: Thaisa Galvão.